segunda-feira, 16 de junho de 2008

Os laços de amizade



A amizade é fundamental e, num mundo como o nosso que tende para a desumanização, a mecanização, a indiferença, importa afirmar a philia, a amizade, a criação de laços profundos que vão muito para além das relações de interesse ou de circunstância.
Criar amigos, merecer a amizade, persistir na amizade apesar das adversidades é algo de imprescindível para a nossa formação e para uma humanização urgente das relações humanas regidas por lógicas de interesse.
A amizade pressupõe que sejamos capazes de sair das nossas esferas privadas, por vezes claustrofóbicas, e atingir os outros, compreendê-los, apoiá-los, permitir que eles sejam o que são.
Ao fazer isto estamos também a conhecermo-nos melhor porque verdadeiramente precisamos do olhar dos outros para sabermos quem somos.
A amizade ensina-nos a ter respeito pelos outros porque o respeito e consideração que devemos para com aqueles que nos são próximos deve-se estender até aos desconhecidos pelo simples facto de serem homens, de partilharem connosco o mesmo desejo de amarem e de serem amados.
Claro que o ideal, a utopia, seria a criação de uma sociedade em que fossemos todos conhecidos, próximos e estivéssemos unidos pelos laços da amizade mas sabemos que devido à sua extensão e complexidade as nossas sociedades comportarão sempre uma enorme quantidade de pessoas que se desconhecem umas às outras.
Não podemos é transformar esse desconhecimento que pode ser temporário em ignorância ou em indiferença.

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